sexta-feira, março 10, 2006

Cartas Pombalinas...

in "O Eco" 9.3.06
Nova fase de definição política

Depois de ultrapassada a “febre” eleitoral que varreu o país nos últimos tempos (tivémos 4 actos eleitorais em apenas um ano e meio), entramos numa fase de redifinição de estratégias ao nível político-partidário.
Encontramo-nos agora num novo período da política local e nacional. Na próxima semana, assistiremos à tomada de posse de um novo Presidente da República. De Cavaco Silva, esperamos um estilo diferente no exercício da magistratura presidencial, aquela que alguns apelidam de acção e outros de influência. Uma coisa é certa, todos esperamos uma ruptura (natural e saudável) com o passado. Um novo estilo de intervenção, assumindo o compromisso de ajudar o nosso país a trilhar os caminhos da prosperidade económico-social e de conseguir incentivar a conciliação de interesses e sensibilidades tendentes a dotar o nosso sistema de uma maior estabilidade.
Numa altura em que a Presidência da República mudará de titular, eis que uma nova personagem política (re)aparece em cena. Um ano depois de se demitir da liderança do CDS-PP, aquele que foi o mais feroz “adversário” de Cavaco nos seus tempos de líder do Governo, volta agora aos écrans de televisão para realizar semanalmente os seus comentários.
A nível partidário, o PSD prepara-se para, nos próximos dias 17 e 18 de Março, realizar o seu XXVIII Congresso em Lisboa (acompanhar em www.psd.pt).
Este Congresso tem um único motivo: alteração estatutária. Mas de certeza que vamos assistir a mais uma espécie de pré-campanha interna, uma vez que todos já percebemos que a liderança de Marques Mendes não colhe unanimidade e que Luís Filipe Menezes está “desertinho” para destronar a actual liderança social democrata. Tem sido interessante analisar a postura de Menezes no pós- Pombal. Tem tido, por intermédio dos vários meios de comunicação social (inclusivé na blogosfera em luisfilipemenezes.blogspot.com) uma regular e acutilante intervenção crítica em relação à vida política nacional. Mas o que condeno é a direcção das suas críticas. Invariavelmente, tem direccionado as suas críticas ao modo como a liderança do PSD vai promovendo o seu papel de oposição, dirigindo as suas críticas para o foro interno do partido ao invés de o fazer relativamente à governação socialista.
Mas, neste Congresso, a temática principal em termos de alteração estatutária, será a aprovação das directas para a eleição do líder do Partido. Pessoalmente, sou completamente a favor de serem os militantes aqueles que elegem o seu máximo representante. Com as directas, assistiremos a uma inquestionável legitimidade democrática por parte da líder do partido. O mesmo sistema servirá para auxiliar a dinamizar as estruturas locais, fazendo com que o debate da “sucessão” não se confine a algumas centenas de militantes, reunidos dentro de quatro paredes em apenas um Congresso. O debate sobre o futuro do partido sairá assim dos corredores (sejam eles quais forem) para a praça pública, reforçando e consolidando assim as bases de um partido que se pretende feito por todos.
Também a nível local, assistimos em Pombal a uma redifinição da sua estrutura. Chegado ao fim o mandato de Ofélia Moleiro, enquanto presidente da Comissão Política, é agora também assinalado o regresso de Gomes Fernandes à liderança da secção.A estrutura local mostra-se activa e interessada em manter a confiança que os pombalenses têm demonstrado ao longo dos anos nos seus representantes, que como sabemos são definidos em sede de Comissão Política.

No plenário realizado na pretérita semana, foi elogiado o empenhado trabalho empreendido pelas várias pessoas que, ao longo dos últimos anos, têm desenvolvido em prol do desenvolvimento do nosso concelho.

Assim, depois de um período a que assistimos a eleições europeias, legislativas, autárquicas e presidenciais, entramos agora numa nova fase de definição política, na qual há que consolidar estruturas e preparar estratégias para o futuro.

2 comentários:

Anónimo disse...

Penso que - como país que somos - é chegada a hora de escolher-mos, de uma vez por todas, para aonde queremos ir; por onde vamos e... com quem vamos.
Caso contrário pior do que regredir é continuar-mos parados a ver a Europa passar.
Jofe de Pisa

JSD disse...

Tens toda a razão. Creio que é preciso, definir objectivos, metas a atingir e consolidar estratégias que possibilitem alcançar essa pretensão. Creio que um, caminho será pela redução da do "monstro" em que se tornou a nossa administração pública, que se encontra muito burocrática e extremamente dispendiosa.
Quanto a escolher com quem vamos, isso é o que temos vindo a fazer, bem ou mal, nos diversos actos eleitorais (nem sempre escolhemos bem e, muitas vezes, as opções disponíveis não são as desejáveis)